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Do que sonhava a idade

  • Foto do escritor: Patrícia Claudine Hoffmann
    Patrícia Claudine Hoffmann
  • 29 de out. de 2023
  • 1 min de leitura

A sequência dos trigais

não se eleva em desistir.


Subsemente convoca-me

às geografias do solo: repete-me

sem dor e sem estilo.


Tranquilo abismo

de turvas nomenclaturas.


Agricultura interior

arando o peito...


colheita adentro.


Meus ossos crescidos.

Fratura em flor. Pele. Tecidos.


Tudo mais simples

do que sonhava a idade

plena de livros.


Cerimônia e silêncio me esperam

no lado de fora

do obstáculo.

O sono escuro. Exato.


Estábulos circundam a noite,

e seus cavalos de pensar

pretendem ficar mais amplos.


Pelos garimpos do que não tenho,

cabelos dormidos de engenhos

e escombros.


Arrombam o calendário escasso.

Enquanto os números machucados antecipam com as luas as lutas...


Cada pedra é pão que não se cumpriu.




Ilustração: Beatriz Martin Vidal, via Pinterest.

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©2023 por Patrícia Claudine Hoffmann.

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