o livro e seus amigos, por João Batista JB...

"A poesia de Patrícia Claudine Hoffmann me leva para lugares altos, de onde vejo tudo o que estava perto e era despercebido. Mas nem tudo o que passo a ver, compreendo. E, se compreendo, vejo múltiplos, porque existir é uma distância longa que exige demora, silêncio e música.

Tem tudo isso, mais as nuvens, em “A Sombra Azul do Minotauro” (Editora Patuá). Tudo o que um sonâmbulo precisa pra continuar sonhando. Tudo o que alguém perdido depende pra sair do labirinto, ou pra entrar, no caso de algum viajante ansioso de descanso. É nesse tudo que me assusto e me encanto. E retrocedo a memória para antes da infância.

Desde "Água Confessa", há algo de sideral na poesia de Patrícia que me apavora suavemente e me faz fechar a boca para gritar. Se a saída é para dentro, “sempre haverá um lugar seguro”, ela diz. E no perigo, ela diz uma poesia que nos socorre e nos ensina até que haja árvore e fruto. E os vínculos que vincam a alma.

Eu entro mudo e saio calado dessa poesia que me pega como chuva de bobo molhar.

É enxague e encharcamento que me cicatriza de galáxias inesperadas. Para os domingos, que é quando reformo minhas ruínas pra voltar ao chão.

Repito, se antes não disse.

Leiam Patrícia: todos os enigmas a recomendam."

Muito obrigada, querido poeta JB! Poeta que admiro demais!

Foto: João Batista JB