Ao querido Marco, que foi para o mar e não voltou...
- Patrícia Claudine Hoffmann
- 24 de dez. de 2023
- 2 min de leitura
Querido Marco Vasques, não sei o que aconteceu, se foram as ondas, as pedras, um raio, um peixe gigante, o desandar dos ventos... uma tempestade, a nave que magnetiza e puxa os menos afeitos ao sistema, para novas reprogramações... Não sei se foi o término do contrato em logaritmos de hologramas existenciais...não sei em que dimensão te encontras agora, se numa ilha a resistir até o resgate, se tens acesso a essa mensagem (creio que tenhas)... ou se já te encontras numa dimensão superior onde só podemos adentrar pelo portal dos sonhos e nem sempre.
Só quero que saibas do quanto tua presença nesse planeta fez/faz toda a diferença, por tua generosidade imensa, por tua profundidade de estudos infindáveis de entrega, por tua simplicidade de abarcar constelações de pessoas, por tua humildade em ajudar a tantas, de fazer a fusão de inúmeros sonhos.
... Uma existência assim não é pouca coisa: altera rotas, alarga horizontes, afaga vidas, salva outras, alumbra caminhos...intervém de acalantos os destinos. Por isso, tenho certeza sentida e confirmada, de que onde quer que estejas, não estás sozinho, nem preso dentro de nenhuma dor... ou sofrimento. Que continuas a pulsar na tua vasta criação, em teu talento, nos teus livros, em tuas peças, nos teus amigos, familiares, em tua natureza de puro amor alcançado ao longo da jornada.
Eu já havia adquirido teu novo livro em pré-venda pela editora Rizoma: "Biografias Interiores para Geografias Imperfeitas".
Estou aqui a esperar por ele, como esperamos todos por ti, de alguma forma.
Querido amigo, não sei mais o que dizer, que um silêncio insiste em se impor, mas não deixo. Um abraço do infinito, sabendo que nada acaba. Obrigada por tudo. E que haja mais do que quiseres. Haverá.
Deixo um pouco de "Oratórios d"Água", editado. É meu aceno a ti, que sempre estivestes por perto. E continuas.

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